Só devagar nesse inferno
Me deparar com o seu olhar hostil
Eu já consigo decifrar essa atitude viciada
E esse querer incosequente
De se cobrir de tanto ouro em vão
Que não consegue se despir dessa razão dissimulada
Mas quando o medo é refrão e justifica os seus atos
Como a virtude que rege a sociedade dos fracos
Bem-vindo à Terra de Ninguém
O lema é cada um por si
Ninguém sabe, ninguém viu, ninguém crê
Terra de Ninguém
Ao discursar o podre enredo
E proferir bizarras conclusões
Eles não cansam de tocar essa farra legalizada
E esse progresso tão displicente
Que infesta e gera graves distorções
Faz a história estacionar seu bloco da encruzilhada
Acham que podem brincar com as fantasias do povo
Mexendo com a nossa fé, ditando as regras do jogo
Bem-vindo à Terra de Ninguém
Me diz quem vai lutar por ti
Ninguém sabe, ninguém viu, ninguém crê
Bem-vindo à Terra de Ninguém
Terra de Ninguém
E tentam nos embalar quando atravessam o samba
Mantendo a farsa de pé e o pobre na corda bamba
Bem-vindo à Terra de Ninguém
Ninguém sabe, ninguém viu, ninguém crê
Bem-vindo à Terra de Ninguém
Com esse cordão embriagado
No beco amargo da desilusão
Por quanto tempo eles sustentam essa verdade esfarrapada?