Tem uma parte de mim que é perene
Tão desimportante e tingida que
Dá até pra enxergar
Tem outra parte de mim que é intermitente
Que tentam despintar
Mas que fica tão além da tela que
Não há pincel que chegue.
Nessa parte de mim nasce feixe e nasce peixe.
Água doce na cara ainda acorda mundo,
Por isso pareço mudo, mas isso é besteira.
Do tanto que sei voar,
Escorro do manzuá
Transpiro gota de chuva
E rio cachoeira
(minha presença incolor
- a bem maior que esse corpo aquário -
Pra entendedor que se valha
É poluição ao contrário)