Tô na estrada pro futuro
Na via de mão dupla
No vai e vem da informação
Refletindo a cultura
Hip-hop, rap nacional, amplia visão
Vendo além dos horizontes, discernindo evolução
Porque aqui não tem perdão
Você já nasce condenado
Marcado como gado, um tijolo manuseado
Escravo conformado da sociedade capitalista
Massa de manobra da mídia totalmente racista
Levando a vida sorrindo
Por dentro uma ferida aberta corroendo
Uma "pá" de conta pra pagar
O que eu ganho no mês não dá
Não nasci com apetite, não vou roubar nem traficar
Caralho mais um "galo" de salário mensal!
Esmola do governo que parece menos mal
Só que o preço no supermercado semanalmente fica mais caro
Pai de família trabalha em dobro pra sustentar o seu barraco
Só o seu barraco. Sem roupa nova, tênis, brinquedo
Só roupa de camelô, som e chinelo de dedo
Se revolta, vira fera, crava a pá na sua nuca
Porque o pagamento da quarta-feira só na próxima segunda
Sem mistura dentro de casa, envergonhado com sua esposa, seus filhos pedindo bolacha. Pra cê vê como é as coisas
Todo mês a mesma fita! Se repete o mesmo inferno. Empreiteiro explorador
Vou te mandar pro necrotério!
Mas deixa quieto. Fui amansado pelo evangelho
Vou ser bonzinho até o brasil me acolher no cemitério!
Ai ramosbeats! Tamo junto!
Os "boy" tem de mais, meus semelhantes tem de menos
Mas, nós somos a maioria. Noventa por cento
Controlado, iludido, pela p**** do dinheiro se o consumismo é o paraíso
"Grana" é o "Deus" que conhecemos
Os "boy" tem de mais, meus semelhantes tem de menos
Mas, nós somos a maioria. Noventa por cento
Controlado, iludido, pela p**** do dinheiro se o consumismo é o paraíso
"Grana" é o "Deus" que conhecemos
É
1,2,3! Click-clack-bang-bang!
Armas, drogas, pm's. Governo joga contra a gente!
Ei promotoria! Por que não censura as novelas?
Só cenas inadequadas, depois o rap que não presta
Isso aqui é uma guerra! Moleque que sofre e torna-se
Soldado do morro e quer calar
Pobre capacitado, locutor da dor do povo que pede socorro
Meus semelhantes passando necessidade. Preocupação no semblante
Não sabe se mora, se paga conta, ou come
Nessas fita, eu vejo várias família passar fome
O baixo salário. E o que exige as empresas
Quem optou por não estudar é difícil o registro na carteira
Só: "não." "não."
De porta em porta, levando currículo, esperando a ligação
Admissão em qualquer serviço, o dia inteiro, fora
Ouvindo o rotineiro "não"
Jogo maldito do sistema que humilha o irmão
Revoltado, dopado, no veneno se envolve no crime
"Oh pátria amada, brasil" e se repete o filme
Mulheres, crianças, chorando lágrimas frias
Matando a saudade no domingo de visitas