Quando eu te trouxe do povo, acreditei de primeira
Que nós ia se dar bem e tu não era interesseira.
Eu te avisei que o meu rancho, era de leiva e capim,
E, que eu tinha no tereiro: angola, pato e galinha
Uma por dar cria, uma oveia e dez carneiro.
Quando eu te trouxe do povo, por Deus que eu acreditava
Que tu seria uma piava rondando na minha ceva,
E seria a mamangava zunindo no meu esteio.
E a melancia madura pra mim comer só o vermeio.
Mas foi tormenta de verão e me rebentou no meio
Remexeu nos meus guardados e espedaçou meu coração
MOÇA QUE NASCE NO POVO, SÓ NASCEU PRA SER POVOEIRA
NÃO SE ACOSTUMA AQUI FORA COM MADRUGADA E MANGUEIRA
SÓ LEVANTA A MEIA TARDE, DORME, DORME ATÉ ABICHÁ,
ESQUENTA UM LEITE DE SACO COM UM CAFÉ ENLATADO
E ARRECÉM VAI TRABALHÁ.
Se tu queria ir embora, era só me noticiá,
Não precisava quebrar tudo o que eu tinha comprado:
Um elefante aloucado que tinha no pichichê,
Tu quebrou e botou fora - serviço bem sem patrão -
E, as fitas que eu mais gostava, do Gildo e do Teixeirinha,
Tu quebrou bem quebradinha e pôs no fogo do fogão.
Se é o meu adeus que te pende, então que te vajas bien
O bom Deus que te acompanhe e o vento que te carregue,
Pega tudo os teus tarecos e vai te arrancando daqui,
Te tapa de bem- te-vi, antes que a foia te pegue.