Foste embora de cansaço
Tu que eras o meu braço
Meu apoio, meu suporte
A minha razão mais forte
P'ra deixar ao fim do dia
Ficar em banho-maria
A esperança no futuro
Numa vida mais contente.
Vais-te embora e eu fico um furo
Mais abaixo que indigente
És o céu, o firmamento
A luz, o conhecimento
És o meu espelho mágico
A razão de eu ser tão trágico
E morrer quando suspiro
Se não estás quando eu me viro
P'ra ganhar o teu consolo
As delícias que me trazes
E que deixas no meu colo
Com perícias tão audazes
Agora eu sei o que sofre
Um sentimental
Sem ti, nem mal
Nem bem
Sem ti não sou ninguém
Tu és tudo o que eu mereço
És o fim, és o começo
És a lição bem estudada
De quem já não quer mais nada
O sorriso, o sofrimento
E depois noutro momento
És a caixa da magia
O andor da procissão
Que avariou neste dia
Minha querida televisão.