Por que será que nubladas
As nuvens em procissão
Vestem esperanças na gente
Com pala da serração?
É prenúncio de tormenta
Derramando suas mágoas
Talvez a lágrima do céu
Mandando o cristal das águas
Mais ao longe onde se alcança
Algum olhar preocupado
Vê a sede pelos campos
Um campeiro aquerenciado
Reza pedindo uma trégua
Pela seca que castiga
Que essas nuvens lobunadas
Sejam esteios de vida
Sejam mais que primaveras
Florescendo a plantação
Mudem a tristeza do vento
Pelas chuvas de verão
Pois uma tarde nublada
Pode ser renascimento
De uma terra exaurida
Das intempéries do tempo
Mais ao longe onde se alcança
Algum olhar preocupado
Vê a sede pelos campos
Um campeiro aquerenciado
Reza pedindo uma trégua
Pela seca que castiga
Que essas nuvens lobunadas
Sejam esteios de vida