Quando o aramado da poesia sem mordaças
Vai se enfurnando no teclado da cordeona
O alambrador abre cancelas pra quem passa
Atando atilhos de cantigas redomonas...
Mas se em tropel se transforma a lida braba
Ajunta as garras pra changuear de domador
Porque carregada no bocal ainda com baba
A ponteçuela de um cantar manso de amor...
Alma de campo, voz de cincerro,
Luzita acesa, de pirilampo,
Cantam esporas vida a fora
Da sempre tesa alma de campo...
E nos invernos quando apeiam chuvas frias
É trançador a sovar tentos de rimas
Com passadores e botões nas melodias
Que aos galponeiros são crioulas obras primas...
Alma de campo que o tropeiro traz ao peito
Onde se aninha um gaúcho coração
Campeiro canto que fazemos rumo feito
Dando "o de casa" no retorno pra o galpão...