Na calada da noite: Alguém que foi alvejado
Sente o calor na pele do sangue derramado
Na calada da noite: O calo de tão encravado
Que insiste em doer lhe deixa atordoado
Na calada da noite: Num grande emaranhado
Muitas palavras dispersas conflitam no espaço
Na calada da noite: Milhares ficam ao relento
Passam frio, sentem fome e o estado crescendo
Na calada da noite: Se manifesta a libido
Livres soltos no mundo pra poder gerar bichos
Na calada da noite: Comendo tudo que resto
Tudo tem o seu preço pra não sofrer o recesso
Na calada da noite: Corre solto o pecado
Buscando encher de prazer os maus intencionados
Na calada da noite: A estrada é turva
O caminho é incerto principalmente nas curvas
Na calada da noite: Os pais se martirizam
Preocupados com os filhos que pelas ruas tramitam
Na calada da noite: Os fracos são humilhados
Pelos fortes dementes desprovidos do rácio
Na calada da noite: Falar de tudo é preciso
Pois de tudo acontece e ressoam em gritos
Na calada da noite: Há muitas formas de abismo
Que poucos observam sem pensar no perigo...
É na calada! Da noite!
É na calada!
É na calada da noite!
É na calada! Ruivada
É na calada! Da noite!
É na calada: Da noite, da noite, da noite, da noite...!