Chamarra do meu jeito
Minh'alma é cerne de anjico
Que não queima assim no más
Não me entrego pra milico
Pra patrão ou capataz
Não gosto de maturrango
Tão pouco de calavera
Tenho minh'alma encordoada
Numa chamarra fronteira
Do meu jeito essa chamarra
Cheirando a campo e a terra
É o meu grito de guerra
É a minha alma encordoada
É o mundo de cola-atada
Disparando num varzedo
É minha vida em segredo
É o meu jeito em payada
Eu trago alma encardida
De andar pelos galpões
Calejada de bordões
Por cantor e guitarreiro
Sei que o destino é traiçoeiro
E a coisa anda apertada
Se não tem carta jogada
Não me meto no entreveiro
Eu sou bem isso que falo
Nos versos que hoje canto
Mescla de estrada e campo
Um bravo tigre da pampa
Por onde for que eu ande
Abro o peito e não me inleio
E se preciso, peleio
Pra defender minha estampa