No que se baseia minha tristeza?
Tão vazia quanto cada lágrima escorrendo por minha feição
Gélida e inerente perante tanta agonia
De ver você partir
De sentir ninguém ficar
Tamanha frustração que carrego no peito
Infinita lamúria e desprezo
Minha vida é uma desgraça
Nunca pedi para nascer, sou apenas um fardo no mundo
Não sei por que insistir em continuar
Se só oque me resta é chorar
Ter que sempre lamentar
Tantos ferimentos e angústias a sangrar
Nunca mais irei acordar
Nesse mundo não quero mais ficar
Em sono profundo pretendo continuar
Não aguento mais sempre fraquejar
Sentindo meu coração se despedaçar
E meu ódio aumentar
Vida, lamúria abissal
Morte, lamúria abissal
Esquecido pela luz
Nesse abismo de desolação
Vida, lamúria abissal
Não existe
Quem me odeie mais
Do que o nojo
Que sinto de mim mesmo
A cada olhar
Nesse espelho
Minha prisão sem paredes
Minha insanidade sem fim
Minha lamúria abissal
Minha morte em vida
Agonia pulsante, ludibriante
E o constante amargar dos dias que se passam e morrem
Entre mais dias que nem deviam ter começado
Andando pelos rios, de sangue e lágrimas
Pelos corredores de meu labirinto depressivo
Me deparando com os mesmos caminhos sem saída
A perdição é saída
Vou me perder pra me encontrar
Me reunir com minha loucura
Insanidade angustiante
Lamúria abissal