Vem de manso a minha dor
O meu travesseiro, meu cobertor
Me conta a verdade sem pudor
Me rasga sem pena
Só ela sabe quem eu sou
Mas não deixe só meu coração
Quero padecer na tua emoção
Prefiro entender tua razão
Respeitar teus dias
Mergulhar na canção
Pois é no frio do silêncio
Que fervem os pensamentos
É debaixo da pele que escorrem os sentimentos
É no vazio frio de uma noite sem luar
Que constela estrelas no fundo do meu cantar
No beco escuro da dor
Me encontro num pranto sem rancor
Zerada de ódio ou de amor
Não quero estar cega
Vivendo do que restou
Mas é no corte profundo que cicatriza a coragem
É no escuro do mundo que se acende a verdade
É na maior fraqueza que se faz pisotear
Que cresce a fortaleza mais firme em meu pomar