É que nas verdades ditas
As canetas viram glocks
Na sugesta remo junto
Com o bumbo e o clap nos fones
Fatos distorcidos
Realidade debaixo dos panos
Com novos planos virtual
Implantação de chip cerebral
Na ponta de uma estalactite
Está o mundo
De cabeça pra baixo
Tudo ao contrário
É que o certo não é o certo
O errado é cobrado
Gatilho apertado, tambor trocado
Cano berrado
Mas porém, pois bem
A vida é uma criança sorrindo
Então se permita com consciência
Lembra que pra machucar é um segundo, já pra curar é uma sentença
Irmão, ignora a ignorância
Se joga na dança
Um passo de cada vez
Assim não desanda
Constante batimento, ritmo cardíaco
Que não me deixa esquecer
Que todos somos iguais
Filhos do mesmo pai
Amor, perdão sem argumento
Ar soprado, vida dada então eu não vivo ao relento
Não é talento, é esforço
Eu to correndo sufocado. Sem árvore eu fico agoniado, imagina sem água?
Eu olho a minha frente
Tem gente que apóia a gente
Gente que condena a gente
Tem gente que entende
E gente que não compreende
O que a gente sente e o que
Se passa em nossa mente
Vamo em frente!
Sem tempo pra lamento
Eu quero viver o momento
Como folhas, iansã me carregue com o teu vento
E guie os meus caminhos nesse mundo cinzento
Ascende um incenso
Paro, puxo, prenso, penso
Papel e caneta, pensamentos por extenso
Em um universo imenso, retratando o que penso
O que vejo, o que vivo, o que fiz, o que sou
Agradeço ao hip-hop
Me deu voz, feeling e flow
E fôlego pra prosseguir
Derrubando as barreiras que se impuseram a mim
Fortalecendo laços
Conquistando o nosso espaço
Somando na cena
Trilhando os caminhos traçados
Da praça à porão, dando rec em várias track
Ip, inrua e projeto
Intervenção de várias peste da oeste
Sem vacilar na função com os irmãos
Nossa vitória não será por acidente, pode crer, jão?
Na praça eu aprendi
Que eu vou fazer o que eu fizer com amor
E disse foda-se o padrão
Me apaixonei por compor. (2x)
E eu to enchendo os meus cadernos
Pois cansei de ver mentes vazias
Frases de efeito não me darão o
Direito de dizer que são poesias
Sem esquecer a palavra mágica
Porque as palavras
São bombas
E eu quero ter mais vitimas do que a al qaeda
Língua afiada
Sem espaço pra contar lorota
Como eu dirigi essa comédia
Com tanta sombra a minha volta?
E o que sou eu?
O que serei eu?
Eu que não sei o que sou
Dei-me o direito
No meu curto tempo-espaço
Até perceber
Que não atinjo só a mim mesmo
Com aquilo
Que eu vejo e faço
Com a caneta que eu pego e traço
Com a boca que eu abro e falo
Amperes carregados
Alteres nos fardos
Eu elevo e levo
Pra santidade que anda do meu lado
Caro amigo
Fico ligeiro ao perceber
Que a vida afunda
Ao fundo do poço do ego e prazer
E muda tudo
Eu mudo a minha rotina
Cês de terno e gravata
Eu de cafe, baralho e rima
Ensina, aprenda
É a vida
Se compensa, eu compenso
Com a melodia
Sem medo
Dedo médio pros comédia
Quem cura tédio de cuzão
É a zorra e sua platéia
Purifico com o verde do mundo
Água me refresca
Fonte dois pontos
Submundo