Me perdi no
Breu da mata
Sobre a chuva e o
Frio da vida
Eis que me surge
Uma caverna
Escura e funda
Logo a frente
A minha espera
Me acolhendo
E me iludindo
Me aquecendo
Seduzindo
Com meus pincéis
Quis pintar suas
Paredes com as
Minhas histórias
Tuas estalactites
Eram teus dentes
E quanto mais eu
Te pintava, mais
A sua boca descia
Antes de me engolir
Ecoou seu gozo
Para o universo
Inteiro
Me inunda
Me alaga
Me abraça
Faz pirraça
Me expele
E me cobra
Para que eu suba
Suas montanhas
Que eu conheça
Suas entranhas
O cume das ideias
Me aguarda
E de lá poderei
Conhecer tuas extensões
E assim poder
Voltar à tua caverna
Quando quiser
Esse tal chamado
Coração, que não
Se deixa invadir
Esse tal chamado coração
Que não se deixa invadir (4x)