Diz, se o céu é azul
Se o tempo é livre
Se o sangue é frio
Se Deus é existente
Me diz, relevar funciona?
Marcas se vão facilmente?
Se a garganta enrolada
Fica assim eternamente?
E me diz, o cifrão
É o mesmo que sorriso?
No olhar do mendigo,
Um brilho
Por que a Terra gira?
Se a raiz é fixa?
Diz, se a vida é viver
Se o olho é pra ver
O ouvido ouvir
A boca, sorrir
Me diz, esse ódio crescente
Pele, escolha diferente
Fique sóbrio, é melhor
Tudo é lindo ao seu redor
E me diz se o ser
Humano é desenvolvido
Pois pra mim, não é mais que
Um bandido
Juntando por toda a corrida
Bens com mais valor que suas vidas
Me fala, que tudo é só um teatro
Que o pavor é ensaiado
Que a fome não é sentida
E a miséria é de mentira
Que a morte não é real
Que o amor não é fatal
Que o preconceito tem um fim
Que é faz-de-conta, diz pra mim
E me diz, de onde vem toda a força pra falar?
Quando é que chega o fim dessa angústia?
Me escreva o poema sobre
Nosso lindo sistema