GUARIDA
Vasco Debritto - Léo Nogueira
Se eu tivesse o toque de Midas
Te faria, de ouro, a canção
E talvez encontrasse guarida
Nos ouvidos do seu coração
Minha voz rouca fere a garganta
Com as unhas da minha ilusão
Minha paz pouca se ataranta
Pois a ponte entre nós é um vão
Vento leva a canção que murmuro
O meu verso flutua no ar
Só não sabe galgar esse muro
Que te impede de me escutar
Sou o eco que não reverbera
Sou o verbo sem conjugação
O outono a chorar primaveras
Que não viram chegar o verão
Minhas cordas vocais são algemas
Agarradas ao seu calcanhar
Meu amor é um pobre poema
Que Deus se esqueceu de acabar
Vento leva a canção que murmuro
O meu verso flutua no ar
Só não sabe galgar esse muro
Que te impede de me escutar