Esse fundão de campanha
Onde ele inverna a existência
É a coordenada do mundo
Que ele escolheu por querência!
Nela, cresceu, ficou moço
Retemperado no ofício
Pra muitos é um fim de mundo
Mas para ele, é o início!
Dizem que o tempo é passado
Que foi ficando na estrada
E que o gaúcho só existe
Nas fotos amareladas
Por isso, de vez em quando
Se arruma e vai pra cidade
E afirma, com a sua estampa
Que ainda não é verdade!
Aquele gaúcho velho
Num tordilho, enforquilhado
É o espírito gaudério
Que sempre andou bem montado!
Existe quem bota um pealo
Quem castra e cura benzendo
E vê, de bota e bombacha
O mundo que está crescendo
Respeita os grandes avanços
Da ciência e da evolução
Mas não enterra os princípios
Que guarda da tradição!
Ainda existe ou resiste um homem
Que, como pode
Em meio, à tanta vergonha
Respeita o fio de bigode!
Nele a coragem transborda
Nele a ética palpita
Ele defende os valores
E luta porque acredita!