Dormem as velhas figueiras
No parapeito da estância
Altares desde a infância
Dos homens que se sombreiam
Refúgio aos que campeiam
Na alma de um mate bueno
Os resquícios do sereno
Dos sonhos que nos rodeiam
Quem madrugou juntos aos galos
Que enfrena mansos
Na forma
Segue costumes e normas
De quem conhece essa lida
Cruza o campo em recolhida
Nas miradas da fronteira
E repassa a estância inteira
Feito quem cuida da vida
E repassa a estância inteira
Feito quem cuida da vida
O campo é parte da terra
Pedaço do mundo inteiro
Que vai além do potreiro
Ao vasto do horizonte
Aonde a vida em reponte
Cansa o cavalo no rastro
Mas também madura os pastos
Pra que a boiada se apronte
Por isso galpão do fogo
Tem claros de madrugada
Que guarda as sombras copadas
De um cerne de curunilha
Na labareda que brilha
Mas deixasse já no fim
E reacende mesmo assim
Quando o dia desencilha
E resorja pingos buenos
Secando lombos lavados
Porém xergões suados
Caronas, bastos pelegos
E se desvendam segredos
Ao findar a campeirada
Na prosa da gauchada
Romances, sonhos e medos
Na prosa da gauchada
Romances, sonhos e medos
Por isso que na campanha
Todo dia de serviço
É mais do que compromisso
De encilhar de campo aberto
É a certeza que anda perto
Os ideais que buscamos
Nos sonhos que cultivamos
Prá sustentar o que é certo