Fui convidado pra fazer minha função numa festa de peão em Barretos fui parar
Cheguei na festa já estava agitada muita gente animada pra ver cavalo pular
Moça bonita pra todo lugar que eu via me encostei nesta folia muito doido pra beijar
Ganhei sorriso de uma formosa menina e com olhos de rapina eu me pus a paquerar
Cheguei do lado me apresentei bem disposto ela me disse seu moço pode vir se aconchegar
No pulo um potro selvagem tem coragem e valentia a poeira é vitamina pra domar um marruá
Na festa do peão tem namora e tem folia, tem viola e cantoria pra o povo suspirar
Olhou meus olhos com muita delicadeza sou rainha e não princesa desta festa que aqui está
Teve coragem de chegar aonde estou vá provar o seu valor põe-se no potro a pular
E sorridente zombando da brincadeira muito viva e prazenteira uma aposta vou amarrar
Lace o mestiço deixe ele arribado leve meu lenço bordado pro seu laço enfeitar
E se na volta não tiver sujo de chão dou-lhe um beijo e o coração e pra sempre namorar
Peguei no laço segurei com muito apego fui sem sela e sem pelego para me aventurar
Firmei no lombo de um ruão bem comportado e como um índio pantaneiro eu me pus a galopar
Joguei o laço mirando nos quatro pés o marrudo esperneava querendo se libertar
Agarrei nas guampas o bicho estremeceu amansou e se encolheu deixando se dominar
Peguei no lenço dei um beijo com malícia, mostrando minha perícia vi o povo me saudar
Eu disse sou violeiro não monto em cavalo não mas as cordas da viola do meu jeito sei domar
Lacei o macho mas só foi por regalia pra provar que a cantoria me dá forças pra ganhar
Ganhei a aposta e quero um beijo seu morena mas só depois que eu entrar em cena pra viola eu repicar
Subi no palco foi tamanha a surpresa o povo com estranheza o peão vai pontear?
Vi a morena chorando desesperada violeiro me aguarda que minha mala eu vou buscar