Palco de Feras
Sexta-feira, 21 de Novembro de 2008
O circo está cheio
O espectáculo vai começar
Apagam-se as luzes
A banda começa a tocar
Entram acrobatas, homens contentes
Há salva de palmas
Sorriem inocentes
Os animais entram em acção
Estalam chicotes
Cresce a tensão
Fitam os donos, rangem os dentes
Estão cheios de sono
Vivem dormentes
Fogem da jaula, rompem barreiras
Há gritos na sala
Há pânico nas cadeiras
Há gente caída, há corpos no chão
São bocados de alma
Uns vivem, outros não
Dói-me o corpo
Dói-me a alma
Dói-me o ego
Dói-me tudo
Estou cansado
Tenho fome
Tenho sede
Sinto a terra
Passa a vida inteira
Neste palco de feras
No final cansados, chegam-se á frente
Estão todos de volta
No fim da sessão
Dói-me o corpo
Dói-me a alma
Dói-me o ego
Dói-me tudo
Estou cansado
Tenho fome
Tenho sede
Sinto a terra
Passa a vida inteira
Neste palco de feras