“um maula corcoveador, do tipo arisco e ventena
Cismou de ser perigoso, me fez arrepiar as melenas
Ainda guardo na cachola o retrato daquela cena
Nesse drama abagualado, me vi dançando obrigado
No fandango das chilenas!”
Tinha que ser num domingo, que é quando eu monto a passeio
Prá rever um olhar moreno e um sorriso quando apeio
Como o pensamento voa, quando eu me grudo aos arreios
Fui pego desprevenido, por pouco que este bandido
Não me atora pelo meio!
Um redemoinho de vento me arrebanhou o chapéu
Foi o que bastou prá o louco, sair a campear o céu
Nem tive tempo prá o susto, no meio deste mundéu
Me vi nos braços da sorte e a cara feia da morte
Prá mim retirando o véu!
Te ajeita meu bagual véio! não adianta corcoveá
Te ajeita meu bagual véio! não adianta corcoveá
Tu carece de uma sova e eu só quero é namorá!
“já no segundo corcovo, por instinto e precisão
Fui rezando preocupado, os pedaços de uma oração
Já sem as rédeas e o mango e as crinas cortando a mão
De espora e tapa eu batia, na bendita teimosa
De não abraçar o chão!”
Depois de uma meia hora, debaixo desta peleia
No barranco do lajeado, foi que eu vi a coisa feia
O maula trocou de ponta e eu passei entre as “orêia”
Montei de novo sem pena, quando eu cheguei na morena
Passava das onze e meia!
Cheguei na frente do rancho e apeei com desembaraço
Contei prá morena linda do que me aprontou o picaço
Ainda bem que ela merece todo o trabalho que passo
Meio rengo, esgualepado, fui recebido apertado
Com um dengoso e forte abraço!