Mais um sureño que se orgulha das origens
Tenho puer berço meu sagrado chão fronteiro;
Cruzando as léguas do rio grande de allá
Abri porteiras no meu mundo de campeiro.
Um par de estrelas cantadeiras nos garrões
O aba larga, o campomar prá o tempo feio,
Moldam a estampa do centauro das estâncias
Quando eu e o pingo nos unimos pelo arreio.
Refrão:
Nestes galpões enfumaçados da fronteira
Pitando um baio cevo um mate de "yerba buena"
E, satisfeiro, ao recorrer as semarias
É que agradeço pelo dom de ser torena.
Domas, esquilas, alambrados e tropeadas,
Revelam o bronze com a suor de sol-à-sol
E o timbra macho de "eira boi, forma cavalo",
Durante as charlas se traduz num portunhol.
Força no braço para o laço e o marca-touro,
E um desempenho com perícia na encilha
Sou tapejara dos embates do destino
Que só a prenda com carinhos põe rendilha.
Crioula essência de gaudério e pêlo duro
O martin fierro é a minha referência
Apaisanado na fusão de duas pátrias
Tive outorgada a fronteiriça procedência.