Luzia a prata do estribo
E o pingo atado ao palanque
Bombeava a argola da cincha
"Bajo la luna" minguante.
Redomão das madrugadas
Num belo quadro fronteiro
Batendo os cascos no chão
E sacudindo os arreios.
Dentro do rancho florido
O romanceiro espiava
O potro sonando as ventas
Volta e meia uma fresteada.
A morena, flor da noite
O romanceiro, o domador
Um, em busca de sustento
O outro, de um grande amor.
Bocal ao cabo da faca
Esperança na consciência
Sem saber que a bela flor
Trazia espinhos na essência.
Cada qual com sua razão
Os dois surrados da lida
Um pelos golpes de potro
E o outro, por ser da vida.
A ilusão mostrou as garras
E ele a cavalo se foi
Ela perdeu o serviço
Deu tudo errado pros dois.
O romance foi quebrado
E a saudade lhes assoma
Sentimento não tem preço
Ela quis cobrar meia doma.