Tão vendendo nossas almas em barraca de feira
Estoque limitado, promoção da sexta-feira
Pra quem quer ser dono do mundo e faz dos outros seu sapato
O sonho tá realizado, meio mundo escravizado
Vem de terno e gravata a padre que vende arma
Dentista dono de boca, professor vendendo bala
Quem se corrompe é que sabe, difere a idade
Tá fazendo um por fora, lá dentro esconde a verdade
Vem cheio de maldade pra cima do menor
Porque deram autoridade logo querem se impôr
Teu discurso é antigo, a fala eu sei de cor
Se farda te dá poder e com a lei to bem pior
Desamparado vendo que o delegado fez acordo no senado
Fechado com deputado e o cenário tá mandado
Cada dia mais complicado, dinheiro pra que tá armado
Ordena um bando de macacos, controlem todo estado
Não venda sua mente
Pra essa gente inconsequente
Babilônia cairá
E quem virá nos salvar?
O ódio tomou conta e você paga as contas
E quem virá nos salvar....
Babilônia cairá cairá
Ruas cubanas, rodeados de cabanas
Corpo em chamas, sei que amas
Como se houvessem milhares de havanas
Milhares de baganas, fique longe se difamas
Perdido num mar de cana, rodeado de bacanas
Lembranças de um país, era o que quis o aprendiz
Não ter feito o que pudera, se arrepende o velho assis
Ter se levantado quando atacado pelo aliado
Por ter erguido a mão quando lhe foi solicitado
Não que quisesse ter recuado, mas na promessa ele havia pensado
De cantar perante a bandeira, mesmo que não queira, sirva o estado
Olhares panorâmicos em meio a sons atômicos
Nas ruas: tom escuro, pobreza e caos viraram cômicos
Nos mares, e ares , em todos os lares
De burkina faso, a buenos aires
Vivendo em parte o instrumento é arte
Um abraço apertado, naquele que parte
Respeito não se impõe, se conquista
Quem não arrisca não petisca
Na vida o que vale é o que se aprende na pista
Não sirvo de isca nem pra capa de revista nem pro topo da lista
Sou matadora de feras, meras khimeras
Banidas da nova era
A gente tolera na espera a vida que é eterna
Em outras esferas
Mitos se diferem de fatos, de história pra boi dormir
De rapunzel já estou farta
Em cada canto que eu olho tem um rato
Incomodado com meus atos
Respondo claro com agudos bem equalizados...
Independente de onde esteja
A influência da correnteza
Faz tu se agitar na teia
Pra não virar uma presa
Da pobreza a realeza
Todos reféns do capeta
Querendo encontra a beleza
Dopados de tarja preta
Metem a casseta no planeta
Disfarçam com a vinheta
Maleta preta com doleta
Desvia o ensino das letras
Professores mal pagos
Médicos em greve
Vai dobrando o estresse
E sua contas crescem
Porque no fim das contas
Todos gostam de gastar
Mas pra pagar as contas
Todos tem que trabalhar
E assim as coisas seguem
O seu curso natural
Se algo tu quiseres
Precisas de capital
Bem vindo ao inferno astral
E ao caos material
Onde a paz espiritual
Não é algo natural
Vírus artificial
No sistema cerebral
Será sábio quem souber
Que o veneno é letal
A gente nasce na porta o problema logo bate
O vizinho não ajuda mas atrapalha faz parte
Vo seguindo no combate sempre pronto pro abate
Vivo pela minha família morro pela minha arte
Viajando pelas tardes no gerúndio construtivo
O presente do passado conjugando o imperativo
E é disso que eu me esquivo, faço minhas peneiras
Nego é foda do encontro foge criando barreiras
Invisíveis de enxergar de entender são impossíveis
Muitos tem idéias tortas vendidas como plausíveis
Já vou logo adiantar cai pra longe de moi
Seu peixe não vou comprar, nem adianta o blá blá blá
Não quero nem escutar não aguento mais mentiras
Rala e tira o seu da reta pra me colocar na mira
Enquanto isso a base vira não preciso de mais nada
Até o fim eu to com ela, desce a última rodada