Tigre Véio, meu cachorro
Faz um costado pra mim
Que essa malacara xucra
Vem me judiando d'um rim
Venho surrando pachola
Sobre um basto Paysandu
E a malacara sovando
Um bocal de couro cru
Cruzei na frente da estância
E ouvi uma voz que dizia:
Larga os potro e ajeita as garra
Que senão teu mate esfria
Oigalê-te, estância xucra
Que eguada caborteira
Vou afroxá pra tomá uns mate
E proseá com a cozinheira
No outro dia, bem cedo
To de volta na mangueira
Assim viro mês e ano
Nesta minha lida campeira
Orgulho de ser gaucho
Eu tenho por devoção
Trago a essência da raça
Cravada no coração
Tigre Véio, meu cachorro...