Os teus olhos são frios como as espadas,
E claros como os trágicos punhais;
Têm brilhos cortantes de metais
E fulgores de lâminas geladas.
Vejo neles imagens retratadas
De abandonos cruéis e desleais,
Fantásticos desejos irreais,
E todo o ouro e o sol das madrugadas!
Mas não te invejo, meu amor,
Essa tua indiferença,
Que viver neste mundo sem amar
É pior que ser cego de nascença!
Tu invejas a dor que vive em mim!
(pois eu tenho a bênção do luar)
E quantas vezes dirás a soluçar:
"Ah! Quem me dera Irmã, amar assim..."