Pelos aperos das encilhas longas
Dos trotes largos de meus campos fundos
Sinto as coxilhas de olhar profundo
Pedindo cascos ao clarim da aurora
Quando meu tempo chora um par de esporas
Pra esporear um pouco do meu mundo
Eu sou da estrada, sou da ventania
Eu sou magia de sonho estradeiro
Eu sou galpão, alma de candieiro
Pelos luzeiros de meus rumos mansos
Eu fui parido pra regar remansos
Na lida bruta que me fez campeiro
Por entre geadas calejei meu rastro
Por entre sóis requeimei o pêlo
Por entre as frestas de meus olhos negros
Vivi o brilho destas noites longas
Que se embretaram pra cantar milongas
No peito largo do meu sinuelo