O caboclo entrou no mato
Pra buscar boa madeira,
Levou a semana inteira
Entretido nesta lida.
Uma árvore caída
Em poesia se transforma,
João de barro perde a casa,
A viola toma forma.
Morre um pouco a natureza,
Pra a arte ganhar vida...
A mão que constrói o sonho do violeiro
É a mesma que aplaude o artista no seu pontear,
Tangendo notas que seguem os seus destinos,
Em busca de um coração para alegrar.
Vai viola, vai,
Ser feliz com o violeiro,
Leva esta alegria
Para o povo brasileiro.
Vai viola, vai,
O teu braço é a estrada,
Teu destino é o mundo,
O sertão tua morada.
Cada som de tua estrada
Traz um novo sentimento,
Risos, lágrimas ao vento,
Se espalhando nos sertões.
Dando vida as emoções
De uma gente que te adora,
Renovando tua sina,
De chegar e ir embora.
Vive assim por esse mundo,
A inventar novas paixões...
Teus pares de cordas soltas, trilhando juntos,
Nos braços do violeiro, estão a sorrir,
Com notas que saem livres de suas casas,
Pra visitar minha alma e não mais partir.