Motumbá axé, motumbá
GR Bronk's pede licença pra chegar
Certo?
{Cantigas de candomblé entoadas por Ekedy YáNyrê Ty Ogunté}
A caneta e o papel me conectam com Aruanda
Sou só um instrumento, escrevendo o que Deus manda
O microfone pra mim, tem o axé do atabaque
Laroiê, Exu! Me permita levar a mensagem
Sou cheio de defeitos, muitas vezes reclamo
Atraiu negatividade com as palavras que proclamo
Tento ser melhor, mas não melhor que ninguém
Afinal, quem é melhor nos observa do além
Tenho ciência de que só estou aqui pra aprender
O seu pior inimigo mora dentro de você
E eu só pude perceber quando um ebomi me falou
Quem olha pelo abian, também guarda o iaô
Confio no Criador, pois sei que Ele não erra
Na terra onde o Diabo veio de caravela
Favela: Infelizmente foi o que nos restou
Em meio ao mar de ódio, serei uma gota de amor
Oxalá, meu pai
Tem pena de nóiz, tem dó
Se a volta do mundo é grande, seu poder é bem maior
O suposto cidadão de bem é quem flerta com o mal
Exigindo pena de morte na rede social
Filho de Oxaguian, guerreiro que anda com Ogum
A justiça não vem do homem, ela vem do orum
Vejo a chuva cair, penso em algo positivo
Ouço Dorival Caymmi, dou risada sem motivo
As adversidades não podem nos abalar
Ponho o fio de conta, me apego ao orixá
Deixa estar, meu povo tá despertando
Optando pelo diploma ao invés de meter o cano, meu mano
Eu deixo o vento me levar
A poesia é uma desculpa que uso para me expressar
Sabotage alertou, disse "o rap é compromisso"
E eu nem preciso ganhar grana pra falar que vivo disso
Omisso não tô, do lorogum só o senhor
Livrai-nos do ajé, de toda praga e rancor
Axé o
Fé, fé, fé
Axé
Oxalá, meu pai
Tem pena de nóiz, tem dó
Se a volta do mundo é grande, seu poder é bem maior
Oxalá, meu pai
Tem pena de nóiz, tem dó
Se a volta do mundo é grande, seu poder é bem maior