Pureza, pai, não, não
Pureza mãe, não, não
Pois, pureza não faz minha cabeça
Junto crenças, culturas, etnias
No caldeirão da miscigenação
Pureza, pai, não, não
Pureza, mãe, não, não
O tempero plural é a garantia
De encontrar minha forma de expressão
Eu que nada puro quero
Nunca quererei, espero
Juro o puro em mim é zero
E me sinto, lhe asseguro
Duramente profanado
Se nado em rio cristal
Puramente canibal
Vivo bêbado na fonte
Bandeira-Drummond-Cabral
Mas, Zé Limeira é a ponte
Minha sina, minha rima
Minha mina, meu igual
Toda zorra que jorra dessa fonte
Transparente, brilhante pra retina
Do esgoto mais sujo e agonizante
Trouxe vida e forma cristalina
Se há pureza é nos sonhos dos meus filhos
Se há pureza é nos sexos das meninas