Quando eu cheguei nessa terra,
era tudo tão novo,
havia tanta alegria,
simpatia no povo.
Não se passava um dia
sem agito bacana,
era só farra e gandaia
cada fim-de-semana.
Quando eu cheguei nessa terra,
fiz afetos e laços,
em cada rosto, um sorriso,
em cada festa, um abraço.
E o meu passado diria:
apague da lembrança.
Vivendo assim, de euforia,
aumentava a distância.
E assim fui metendo a cara
em tudo que era parada,
o chefe da brincadeira,
dono da madrugada.
Sem nenhum medo de nada,
eu tinha tanto amigo,
nunca olhava pra baixo,
a vida era meu umbigo.
Mas o dinheiro da gente
é mesmo um saco sem fundo:
de um herdeiro a bastardo,
eu me vi moribundo.
Quando a miséria me veio,
percebi num instante:
prazer – a grande armadilha
dessa terra distante.