Inexplicavelmente como explode
Um avião em pleno vôo.
Inesperadamente como sexo
E paixão ao meio dia.
Seu cérebro informático, sutil,
Iluminou-se feito lâmpada de mil.
Sua visão, então, aprofundou-se
No vazio daquela noite.
Sentiu que, finalmente,
Vendo a face do poder, ele podia
Seu sonho pop-errático de ser
Intergalático - moderno, decolar...
Que loucura meu deus!
Ele teve um insight!
Sentiu tava na hora de
"desafinar no coro dos contentes"
Religião, ideologia, pátria...
Isso nada lhe dizia.
Queria ser feliz
Na contramão da plenitude
Do poder e da razão.
Flanando de alguns anos-luz
Distante e acima
De qualquer suspeita.
Acreditou que tudo não passava
De ficção pós-eletrônica.
Um inexorável curto-circuito:
Assim teorizava o fim de tudo...
Por quê não?