Minha rotina loucura
Conflita tua vida concreta
Minha poesia madura
Contrasta tua rima deserta
Eu sempre tão quixote
Você sempre tanta certeza
Na noite levanto moinho
Você deixa posta a mesa
Não quero sono sem sonho
Porque essa sede de cedo?
A noite me gira engano
O sol sempre deixa a manhã
Pra outro plano
A lua às vezes me esquece
Você sempre afoita resposta
Eu já não quero pergunta
Você sorvete sabor bossa-nova
E eu esqueço de comer
Você sempre carta em descarte
E eu querendo saber
Qual a cor da nossa saudade
Você Wendy crescida
E eu mais um dos meninos perdidos
E de trapo maltrata ternura
Afogamos os nossos contrastes
Eu irrequieto poeta
Você tão sessão-da-tarde
E do quarto me sobra o silêncio
Da casa me sobra tua falta
A vida não quero, me ausento
Cai o sonho sem dizer nada
Você despedida breve
E eu certeza vazia