Zona leste, zona oeste, zona norte é tudo igual,
Mas em destaque a sul que é meu lado coisa e tal.
Enigmático sou eu no rap nacional,
Me apresento sou branco da favela pantanal.
Jardim luzo, jardim miriam não importa o lugar,
Cidade julia, guacuri também vou representar.
Sem falar de drogas, violência e pobreza,
Sem colocar em foco o que provoca a tristeza.
Não é somente isso que na favela acontece,
As coisas boas de lá os manos também esquece.
É sol, alegria, favela em diversão,
Branco, luther, t.r. e júlio gobbi, numa forte união,
Provando pro sistema que nós somos competentes,
Levando um som na boa sem a química na mente.
O rap segue a mídia relatando o que é ruim,
Por isso nos unimos e agora estamos aqui.
É claro que sabemos que não está tudo beleza,
No barzinho da viela a serva esta na mesa.
Um churrasquinho de vez em quando não pode faltar,
De acordo com o salário se ele não atrasar.
Quando eu me lembro da infância da saudade, mas já era,
Mais um pivete louco correndo na viela.
E agora mando a idéia sem pagar comédia,
Por nenhum condomínio eu troco minha favela
(refrão) na favela sistema, não é só tristeza. 4(bis)
Eu também sou da zona sul e vou falar para você,
O que fui ontem vou ser até morrer.
Pipo é o meu vulgo, e to chegando pra rimar,
O incomodado que se mude pantanal é o meu lugar.
Sou da favela pantanal e não sou mais do que ninguém,
Eu trago a letras para os humildes e para as crianças também.
Falo da historia do nosso dia a dia,
E ai criança não estrague a sua vida.
Zona sul assim que e, assim eu sigo em frente,
Eu mando um salve para os manos chega com agente.
O raciocínio aqui não falha, eu to sempre alerta,
Do pivete sumiu com aquela motocicleta.
Coitada da mãe que não sabia onde ele tava,
Estava procurando ele naquela madrugada.
Entrou em desespero, cadê o pivete?
Estava na quadra do marcato puxando um bek.
Quando voltou pra sua viela sem saber de nada,
Sua mãe estava em casa muito desesperada.
Essa é a realidade aqui das favelas,
Muitos querem outros não, mesmo que faz parte dela.
Os manos aqui da sul sai de role com agente,
Os policia aqui embaça bate mata e prende.
Não são todos que escapam dessa inguinorância,
Mesmo tendo banca forte existe arrogância.
Representando pra vocês o rap nacional,
Periferia é assim enigmas até o final.
Acabo minha rima vê se você não erra,
É deus lá no céu e os manos aqui na terra.
(refrão) na favela sistema, não é só tristeza. 4(bis)
Zona sul é assim, em qualquer lugar,
Carrinho de rolimã é gostoso relembrar.
Jogar bolinha de gude e rodar pião,
E a velha brincadeira de policia e ladrão.
As meninas vão pulando, pulando amarelinha,
E a outra de treze anos no braço carrega a filha.
Infância perdida, não sei talvez,
Vai brincar de casinha com a menina outra vez.
No bote da esquina o maior barato,
Rolando um bilhar, dominó, baralho,
Truco seis, nove, doze,
Trabalhador se diverte e a vida ganha cores.
A mais diferente do arroz e feijão,
O leite é racionado fazer o que então?
Partir para o arrebento ou aceitar esmola,
Que é chamado de salário pelo dono da bola.
Milionário rico condomínio fechado,
Cerca elétrica em volta, carro brindado.
Isso é liberdade para mim não é não,
Se manda para nova york miami vacilão.
Gelado no seu carro emblema do espanto,
Seu maior pavor, sequestro relâmpago.
C.h. falou com muita razão,
Periferia tem seu lado bom.
A febre da favela sem essa de embalo,
Como diz o ditado eu faço,
Chamo de volta meus parceiros com muito respeito.
E.d.p. somos nós daquele jeito.
(refrão) na favela sistema, não é só tristeza. 4(bis)