Em todas as tardes de Sol castigante
Não muito distante eu vejo sair
Da porta da sede de uma fazenda
A moça mais linda que eu conheci
E segue o caminho que leva ao riacho
Um pouco pra baixo de onde eu estou
Entre as paredes de uma tapera
A onde a espera jamais terminou
A água corrente da queda que leva
Ao bater nas pedras daquele lugar
Parece fumaça que aos poucos se espalha
Na pequena praia a onde ela está
Quando se liberta das roupas que usa
Meus olhos recusam ver outro lugar
Seu corpo realça com a natureza
Cenas com certeza que irão reprisar
Após um mergulho na água gelada
Se sente amparada e jamais percebeu
Que é sempre vista sob o Sol ardente
Na areia quente que o Sol aqueceu
Ao esculturar um corpo na areia
Ela se bronzeia sempre um pouco mais
E quando ela abraça o corpo nas mãos
Demonstra anseios no gesto que faz
Enquanto admiro seu corpo bonito
Eu ouço num grito uma voz lhe chamar
Ela vai embora, eu fico sofrendo
Chorando e torcendo pra ela voltar