Pai
Ensina a partilhar o pão
Dá voz ao meu samba
Faz dele oração
A aura do pavão pode vencer o mal
A intolerância inconsequente e irracional
A paz há de prevalecer, somos iguais
Pra transformar um mundo tão cruel
Convoquei o povo lá do Morro do Borel
Seguimos todos por um
Unidos em comunhão
Vencer a fome alimenta o coração
Os negros trouxeram dor em suas almas
Pros negros o samba, a alegria e as palmas
Nasceu de um punhado de trigo nas mãos
E a vida coube debulhar os grãos
Por entre rios e amor
Na luz do olhar do criador
Da luta, cada gota de suor
Do mais humilde servo ao faraó
A água não há de faltar
Ninguém vai secar nosso axé
A massa precisa de amor e fé
Eu sou Tijuca
Não me fale de alforria
Não existe liberdade
Sem o pão de cada dia
Eu sou Tijuca
Samba é meu ganha pão
Quero mais honestidade
É o clamor desta nação