Eu só quero é ser feliz,
Andar ranquilamente
Na favela em que nasci e poder me orgulhar
E ter a consciência
Que o pobre tem seu lugar.
Minha cara autoridade,
Eu já não sei o que fazer
Com tanta violência; eu sinto medo de viver
Pois moro na favela e sou muito desrespeitado
A tristeza e alegri que caminham lado a lado
Mas sou interrompido a tiro de metralhadora.
Enquanto ricos moram numa casa grande e bela
O pobre é humilhado, esculachado na favela.
Já não aguento mais essa onda de violência.
Só peço, autoridade, um pouco mais de competência.
Diversão, hoje em dia, nem pensar
Pois até lá no baile eles vêm nos humilhar
Ficar lá na praça era tudo tão normal
Agora virou moda a violência no local.
Pessoas inocentes que não têm nada a ver
Estão perdendo hoje o seu direito de viver
Nunca vi cartão-postal que se destaca a favela
Só vejo paisagem muito linda e muito bela.
Quem vai para o exterior da favela sente saudade
O gringo vem aqui e não conhece a realidade.
Vai para a zona sul conhecer àgua-de-coco
E pobre na favela passando o maior sufoco.