Santo Aniceto da Serrinha
Rezo sua ladainha e te peço com fervor
Dê inspiração ao partideiro
Que versando no terreiro exalta o seu valor
Versos bem rimados e precisos
Que na roda de improviso ganha o povo ao redor
Faça da amizade um bem maior
Na disputa do partido sempre vença o melhor.
Santo Aniceto resolve qualquer pendenga
Acaba com a lengalenga se acaso a memória falhar
Peço uma pausa tomo mais uma de canto
Dou um golinho pro santo e volto pra argumentar
Quem fala a verdade tem que levar o crédito
E quem fala bonito tem que se dar o mérito
Desculpe, mas esse teu verso não é inédito
Não sou obrigado a assinar seu inquérito
A palavra certa desconcerta e arrebata
Digo o que penso na lata pondo as coisas no lugar
Cantando um mantra que o mestre ensinava
Vou subir uma oitava pra todo mundo escutar
Comendo pelas beiradas eu sou periférico
O papo é reto e o pandeiro é esférico
O mote do partido alto hoje é esotérico
Do Santo Aniceto eu também sou adepto...
“Bora” no samba de roda
Eu canto no coro eu canto em dueto
Na rinha quando o bicho pega
O cavaco é meu amuleto
Neste ambiente seleto
Eu lanço meu verso e balanço o coreto
Meu papo é reto, já é dialeto
Da cartilha do mestre Aniceto.