na ribeira deste rio
ou na ribeira daquele
passam meus dias a fio
nada me impede, me impele
me dá calor ou dá frio
vou vendo o que o rio faz
quando o rio não faz nada
vejo os rastros que ele traz
numa sequência arrastada
do que ficou para trás
vou vendo e vou meditando
não bem no rio que passa
mas só no que estou pensando
porque o bem dele é que faça
eu não ver que vai passando
vou na ribeira do rio
que está aqui ou ali
e do seu curso me fio
porque se o vi ou não vi
ele passa e eu confio