Na ribeira desse rio,
Ou na ribeira daquele,
Passam meus dias a fio,
Nada me impede, me impele.
Me dá calor ou dá frio,
Vou vendo o que o rio faz,
Quando o rio não faz nada,
Vejo os rastros que ele traz,
Numa seqüência arrastada,
Do que ficou para trás.
Vou vendo e vou meditando,
Não bem no rio que passa,
Mas só no que estou pensando,
Porque o bem dele é que faça,
Eu não ver que vai passando.
Vou na ribeira do rio,
Que está aqui ou ali,
E do seu curso me fio,
Porque se o vi ou não vi,
Ele passa e eu confio,
Ele passa e eu confio,
Ele passa e eu confio...