O etanol move os carros né
Mas só que o seu zé
Foi quem cortou a cana, ainda anda a pé
A lida no sol é quente
Amarga tipo água ardente
Mas faz açúcar que adoça o café de muito cliente
E chega em casa do trampo
Acabado, moído, um bagaço
Só uma dose de pinga pra esquecer do cansaço
Esquecer do filho em cana
Por que não quis cortar cana
Dá mulher que foi embora
Cansou do marido alcoólatra
No balcão do buteco ele ouve o comentário
Morreu tiozinho na rua debaixo atropelado
Pai de família, nem bebia, tava parado
Só que o cara do audi tava a milhão e chapado
(álcool) no tanque do carro na veia do motorista
(álcool) pra limpar o sangue grudado no parabrisa
História que se repete como foi no passado
Lucro pra senhor do engenho
Nóis continue escravo
Tá tudo certo não precisa brigar
Pra que levar a sério a cara é brincar
A vida é uma festa vamos brindar
Vamos brindar
Ha ha vamos brindar
Comemorar
Os milhões faturados pela indústria do álcool
O lares destruídos, as brigas, as mortes
Os acidentes de trânsito
E todas as suas vítimas
Um brinde ao trabalho infantil na colheita da cana
As queimadas, a cirrose
E todo dinheiro público gasto por causa do álcool
Eh vamos brindar
Já foi moda
Queimar índio com álcool lá em brasília
Virou foi moda
Álcool em gel por causa da gripe suína
E ele é um ótimo combustível
Move até as pessoas
É incrível
Une os amigos no bar
Separa as famílias em casa
Número um, boa idéia
Desce redondo e dá asas
Destrói estômago, fígado, organismo
Só que
Toda vez que cê brinda, fala saúde porque?
Tem uns que bebe só pra ficar valente (tem)
Tem uns que bebe e diz que é socialmente (tem)
Bebem se o time ganha pra comemorar a goleada
Bebe se o time perde só pra afogar as mágoas
Eu vejo o rosto dos tio no buteco tudo triste
Envelhicidos 10 anos a mais, tipo wisky
Lazer que sobra que é igual droga
Só ver, que não é usuário de bar
É viciado em tv
Tá tudo certo não precisa briga
Pra que levar a sério a cara é brincar
A vida é uma festa vamos brindar
Vamus brindar