O assunto é violência, pistola e fuzil,
Desigualdade e descaso, retrato do Brasil
A criança no sinal jogando a bola pro alto
Legião da miséria sem futuro no asfalto
E o mesmo bacana que veste branco e acende vela
Quando o moleque chega perto ele fecha a janela
Acha que a pobreza não é seu problema
Que se vire o Estado esse é o sistema
Ele lava as mãos igual a Pôncio Pilatos
No seu prédio de luxo ignora os fatos
E quem trabalha a vida inteira nunca se aposenta
Continua trabalhando se não ele não agüenta
E o coroa aposentado vendendo quinquilharia
Pois o INSS paga só uma mixaria
Enquanto isso come a fraude
A grana ta entregue Jorgina é apenas a ponta do iceberg
La la la laia chapa quente Rio de Janeiro
La la la laia viva a luta do povo brasileiro REFRÃO
La la la laia violência ninguém agüenta mais
La la la laia dignidade traz a paz
Chega o fim de ano, campanha de caridade
Pra ajudar o sem o emprego que passa necessidade
o assistencialismo virou lance bacana
qualquer uum cria uma ONG e arrecada uma grana
E muitas vezes aquele cidadão beneficente
Demitiu funcionários: "é a crise minha gente!"
É Natal sangue-bom, jingle-bell jingle-bell
Só o filho do pobre não tem Papai Noel
Essa figura bizonha, um velhinho bacana
Que só dá presente pra criança que tem grana
O artista pede na TV, todo mundo colabora
Mais um recorde batido e o povo comemora
Mas o sonho de Betinho é muito mais que doação
É tirar nossa gente dessa situação
Betinho onde tiver, junto com o mano Henfil
Peça ao todo poderoso pra ajudar nosso Brasil
REFRÃO
A violência por aqui há muito é uma constante
Mas só se toma providência quando a vítima é importante
Seria bom se houvesse essa cobrança
Quando bala perdida tira a vida de criança
E mais perdida que a bala estão os nossos governantes
Que hoje colhem o que plantaram e nada fizeram antes
Escrevendo esse Rap fui de repente interrompido
Tiro de metralhadora só ouvi o estampido
A sociedade se pergunta qual é a solução:
Mais polícia na rua ? mais bandido na prisão?
Alguns acham que a saída tem que ser algo mais forte
Pregando aos sete ventos a tal da pena de morte
Mas matar a conseqüência não adianta nada
Enquanto a causa disso tudo não for de fato encarada
A pena de morte nada mais é que um mito
É como na dengue só matar o mosquito
REFRÃO
Esperança e futuro pras nossas crianças
A melhor forma de plantar a verdadeira segurança
Emprego e educação pro povo da favela
A presença do Estado é o fim da coisa paralela
Não dá pra admitir tem que acabar com essa parada
Só a miséria nesse mundo é que é globalizada
A pior droga por aqui, não é o baseado
É a falta de vergonha e político safado