Eu sempre fui um rapaz decente
Sem ter na vida um vicio qualquer
Até que um dia sem mais nem menos
Me apaixonei por uma mulher
Quando a malvada me desprezou
Amarrei um fogo e fiquei lelé
Porque bebi também não sei
Mas nesse dia eu já comecei
A viver com a cara cheia de mé
É tomando mé e levando a vida
Levando a vida e tomando mé
Um dia fomos entrar no circo
O proprietário era o Dedé
O sanfoneiro entrou tocando
E caprichando o chamamé
E eu tocando canção rancheira
Tocava em dó e ele estava em ré
A turma gritava em voz bem alta
Vá tocar no raio que o parta
Com esta cara cheia de mé
É tomando mé e levando a vida
Levando a vida e tomando mé
Um certo dia fui contratado
Pra ir tocar no bailão do zé
Cheguei babando e cambaleando
Andando quase de quatro pé
O zé me vendo naquele estado
Me pôs pra fora a pontapé
Me jogou no chão me sujou o terno
Vai cantar no meio do inferno
Com esta cara cheia de mé
É tomando mé e levando a vida
Levando a vida e tomando mé
Marquei encontro com uma mina
Que mora lá no Tatuapé
Marquei pras oito e cheguei as onze
A garota veio pegar no pé
Seu pé de cana seu vida torta
Já estou sabendo você quem é
A garota era muito bacana
Mas me falou vai pra Apucarana
Com esta cara cheia de mé
É tomando mé e levando a vida
Levando a vida e tomando mé