O homem ilhado sozinho e vazio contempla o irmão que morreu
O ódio tingindo de sangue latino as barras da sai de Deus
Homens taciturnos sem objetivo nos tons pasteis da manha
Dormiu na palestina um cego anarquista que foi separado da irmã
Policia, ladrão e suicida todos querendo atenção
Eu vejo um judeu um ateu e um nazista discutindo religião
Surgiu nos anais dos jornais populistas um novo ato de contravenção
Correndo nu na avenida paulista adolescente com a bíblia na mão
No meio da selva de cara pintada um índio vende pau Brasil
No alto do morro de cara amarrado desfila ostentando um fuzil
É capa de revista é primeira pagina é manchete de jornal
Sociedade elege a favela como morada do mal
Seu ponto de vista pequeno burguês grita basta na televisão
E acha que o exercito, por sua vez, talvez fosse a solução
Mas a violência é só o sintoma a doença e a exploração
Que faz ser privilégio o mais simples anseio o desejo de prover seu pão
O homem ilhado sozinho e vazio contempla o irmão que morreu
O ódio tingindo de sangue latino as barras da saia de Deus
Jesus no outdoor num sorriso largo me vende creme dental
A vida é um deserto a noite um mistério e todo o resto é banal
A mídia segregada e elitista presta um desfavor ao Brasil
Em troca de conforto e um pouco de privilégio você se vendeu e nem viu
Hoje se diz um moderado e acumulou capital
E chama o marxismo de utopia e Lênin de radical