Sabiá não cantou mais,
Feito eu, sente tua falta,
Ficaram tristes as manhãs,
Não se ouve a sua flauta.
Até mesmo o bem-te-vi
Que encantava a tua chegada,
Voou pra longe daqui
Pra cantar noutra morada.
João-de-barro, meu vizinho,
Perdido da companheira,
Deixou o rancho sozinho,
Foi morar noutra porteira...
Beija-flor, por desamor,
Nunca mais fez outro ninho,
Nem foi mais de flor em flor,
Ferido a ponta de espinho.
Os quero-queros, posteiros,
De tanto te querer bem,
Foram pra outros potreiros
Pra não querer mais ninguém.
Tudo em volta entristeceu
Depois da tua partida,
O pago emudeceu...
Calou-se o canto da vida!