Eu sou serrano
Sou bem pachola
Um Riograndense
Vim lá de fora
Eu sou serrano
Gaúcho guapo
Corre em minhas veias
Sangue farrapo... Estribilho...
Arrinconado
No fundo da minha morada
Não me acostumo ao progresso
Tenho me da rodada
Até a cantiga
Já vem mudando de tranco
Me faz falta um balanceado
Uma valsa e um limpa banco...
Pra quem conserva
Os cotumes do seu pago
É lindo encilhar o cavalo
Com apero bem trançado
Bombacha larga
E um lenço no pescoço
Pra se exibir no povoado
Não ser chamado de grosso...
Estribilho...
Na minha vidinha
E pra isso não tem jeito
É uma questão de princípio
De ter tutano e respeito
Tenho anojado
Alguns metido a gabola
Que esqueceram suas origens
De ter morado lá fora...
A evolução
Vem e atropela nas ganha
Mas vai continuar nascendo
Gaúcho lá na campanha
Com a mãe e o pai
Vão se agarrando a bandeira
Ignorando o destino
De quem só fala besteira...