Vem da noite funda, chão agreste
Vem das tranças do nordeste
Vem do sangue, da areia, do sol
Da poeira, da cana , paiol
Vem de um céu de estrela, capoeira
Vem do barro, vem guerreira
Tem na veia o que tira do chão
Nos olhos as cores da nação
Lira, da terra, da seca, da vida
Da guerra por luas, cantigas
Lira, que canta as lendas, magias
As dores que o povo desfia
Na brasa, no fogo, no sertão
Nas cordas de seu violão
Encanta a lira, o seu doce alento
Talvez venha do firmamento
Uma voz que se levanta no ar
Para a história jamais se calar
Roda na ciranda, roda a saia
Roda a vida, roda o pranto
Roda a renda, roda a sorte
Roda o norte, roda a fita
Roda a rosto, roda a dança
Roda o canto, roda a lira
Sempre roda a roda viva . roda, roda