Tenho levado a minha vida.
Aos trancos e barrancos.
Tenho tropeçado no destino.
Que insiste em bater em minha porta.
Na sua forma mais cruel e desumana.
Tenho sido mais um.
Que sucumbiu.
Que perdeu o jogo.
Que pediu falência.
Que entrou para a fila dos desesperados.
Que pediu arrego.
Que viu sua esperança se esmagada.
Por uma realidade dura e selvagem.
Sem ter o que contar.
A não ser uma interminável lista de derrotas.
Sou apenas um fracassado.
Mais um vil, mais um débil.
Vivendo na decadente sociedade capitalista.
Permanece vivo de forma puramente biológica.
E assim desprovido de qualquer sentimento sou um mostro social.
Sem motivos para exaltar a felicidade.
Não tenho motivo para comemorar.
Para dizer que sou feliz.
Para acreditar no futuro.
Ou ser de alguma forma otimista.