Um dia desses
Andando pelo sertão
Encontrei um velho mestre
Conhecido por simão,
Andava meio de lado
Tinha um chapéu dobrado
A pele de cor escura
E o olho amarelado
E me falou que brigou
Com muita gente
Que esquecem do passado
E não lembram do presente
Mas vou gingando
Com a força que deus me deu
A garra que não morreu
Em busca do meu passado
Fui muito forte
Domador de touro brabo
Aprendi desde menino
O que era certo
O que era errado
Agora vivo no mundo da solidão
Com a lembrança do passado
E o calor do meu sertão
Olha seu moço
Não diga que é besteira,
Eu também fui capoeira
Dei armada e dei rasteira
Já botei negro no chão
A capoeira que rolava
A noite inteira,
Em noite de lua-cheia
No luar do meu sertão
Me arrepiava quando o berimbau tocava
E o povo de lá cantava
Na maior empolgação.
Coro
Ê capoeira... ê capoeira...
Ê capoeira... ê capoeira...