Riquixás dando nó
Na cidade a bailar
Vão levando histórias pra qualquer lugar
Eles vão indo e vindo
Na pista central
Seguem sempre à espera que alguém dê sinal
Dia e noite transportam milhões de casais
Colecionam fofocas
De afãs conjugais
Pobres homens, mulheres com seus enxovais
Inevitáveis serão
Os seus pontos finais
Já pegaram pinéis
À procura de paz
E donzelas em busca
De antros imorais
Os imundos poetas
Pra escuros saraus
Vão catando palavras
No meio do caos
Do elegante patrão
Ao humilde plebeu
E o ofegante ladrão que assaltou o museu
E se escondeu na igreja
E esqueceu de rezar
E a noiva ficou
Esperando no altar
Salta o amante contente
Com a calça na mão