Elas podem ser vistas
Ouvidas nos fones
Repletas nas fitas
Mas sem microfones
Da vida cronistas
Na espera os seus nomes
Que ninguém mais clama
Podem até de repente
Surgir novamente
No meio da praça
Doam-se tão e somente
De graça, descrentes da moda
Que passa
E eis que chegam na estréia
Forjando um vestido
Tingido à capela
Dublando em segredo
A voz da novela
Que delas se esquece
Elas sabem do medo
Da fama e dos sonhos
Que embalam artistas,
Marias e Antônios
Concertos sem prazo,
Dobrando-se a vista
Ao tempo e seus donos
Donas das mesmas palavras
Tão bem decoradas
Por novas crianças
Hoje andam nuas e atadas
Com as novas roupagens
Que obriga esta dança
E nada mais têm de seu
Que a esperança, por elas guardadas na voz,
Fiquem sós num projeto
Que o tempo desfaz
E que espera por nós